Verdade, perdão e amor: os passos para a cura

Todos nós sofremos feridas ao longo de nossa vida... e todas as feridas cicatrizam se as deixamos cicatrizar... Mas às vezes essas feridas nos assustam e as tapamos para não vê-las e acreditamos que assim tudo está a salvo e por um momento ficamos tranqüilos... Porém, as feridas ficam abertas esperando serem curadas. O problema de manter as feridas abertas é que continuam doendo, continuam nos desgastando, não vão se desfazendo. Perdemos força e energia e nos debilitamos e podem ainda piorar.
 
Há pessoas que querem manter suas feridas abertas para lembrar o que foi feito a elas e evitar que isso não volte a ocorrer. Isso é pouco prático... é melhor recordar... cuidar-se e proteger-se olhando as cicatrizes já sem dor. E feridas há de todos os tipos... E as feridas da alma, as feridas do coração, as feridas das emoções também podem cicatrizar se continuam tampadas... O que mantém as feridas abertas em nós são as diversas mentiras que criamos para protegê-las e o apego as mesmas e às situações que elas desencadeiam...
 
A pergunta que se pode fazer agora então é: COMO A CICATRIZAÇÃO OCORRE? Para que esse processo comece ou continue necessita somente ter o desejo ou a intenção... De nada serve meter o dedo e lamentar... não se trata de ficar arrancando as casquinhas... se trata de limpá-las e curá-las... e permitir que cicatrizem. Todas as feridas se cicatrizam se as deixamos cicatrizar e quando já cicatrizaram reaparecem recordações... Já sem dor... desses maus momento que já passaram.
 
Então, COMO CURAR AS FERIDAS? Bem, para a cura acontecer precisamos identificar as feridas, abri-las, limpá-las, usar algum remédio e procurar mantê-las limpas até sararem. São três caminhos consecutivos: um trabalha com a VERDADE, o outro com o PERDÃO e o terceiro com AMOR.
 
VERDADE
O instrumento principal utilizado para abrir e limpar as feridas chama-se VERDADE! Já nos diz a frase dita por um grande mestre: “Conhecereis a verdade e a verdade nos libertará”. Logo, sugere-se aqui que você pratique a verdade consigo mesma. Quando você é honesta consigo mesma você começa a ver as coisas como elas realmente são, não como deseja vê-las. Um exemplo disso é que pode ser que alguém tenha lhe feito mal. Quando isso ocorreu foi uma verdade na época, hoje não é mais! Foi algo que aconteceu e pelo fato de ter sofrido algum mal de alguém você se condenará a sofrer pelo resto da vida, ou não vai mais acreditar nas pessoas? Não é quem lhe fez mal que está decretando essa punição. VOCÊ NÃO É A PESSOA QUE LHE FEZ MAL, ENTÃO POR QUE SOFRER ATÉ O FIM DA VIDA POR ALGO QUE VOCÊ NÃO FEZ?! Você sofreu com algo que alguém lhe fez e se você se julgar culpada por quanto tempo se punirá negando-se ao prazer, ao bem estar, a relações saudáveis...?
 
PERDÃO
O perdão é o que efetua a limpeza mais profunda nas feridas, permitindo que ela cicatrize. E ele não tem conexão com aspectos religiosos, ou de caridade. Devemos perdoar por que não queremos sofrer, ferindo a nós próprios, toda vez que nos lembrarmos do mal que nos foi feito, porque não queremos viver nos sentindo mal. O perdão é uma cura mental. Perdoamos porque sentimos compaixão por nós mesmos. O perdão é um ato, um gesto de amor-próprio.
A única maneira de alcançar a cura é perdoar. Sabemos que perdoamos quando não sentimos mais nada ao ver a pessoa ou situação. Claro, fica uma cicatriz, mas ela não dói, apenas nos lembra o que aconteceu, como você era.
 
Contudo, é muito comum escutar as pessoas expressarem a seguinte idéia: “É FÁCIL DIZER QUE TEMOS DE PERDOAR. EU TENTO, MAS NÃO CONSIGO.” Mas na realidade, perdoar é algo natural, não perdoar é artificial. Não perdoar é algo aprendido. Quando crianças relevamos muitas das atitudes de nossos pais, dos mais velhos que convivem conosco, de outras crianças, porque perdoar é um instinto, algo natural que fazemos sem esforço. Se observamos duas crianças brincando, e elas começam a brigar e a se bater, veremos que choram e correm para suas mães. Cinco minutos depois, as duas crianças estão novamente juntas, brincando, como se nada tivesse acontecido. Mas, com o passar do tempo, vamos aprendendo a guardar sentimentos e aí nossa dificuldade de perdoar vai surgindo.
 
Logo, não precisamos aprender a perdoar, por que nascemos com essa capacidade. E a única maneira de recuperar a capacidade de perdoar é praticar! O que gera a dificuldade para efetuar o perdão é o ORGULHO. Por causa dele, não deixamos a situação ficar no passado, não esquecemos, mas nos esquecemos de que podemos perdoar. Também aprendemos a sofrer só para punir aqueles que nos fizeram mal - “Veja o que está acontecendo comigo por sua causa”.
 
Então, como perdoar. O principal caminho está na seguinte frase: SEJA O QUE FOR QUE LHE FIZERAM OS OUTROS, ISSO NÃO TEM NADA A VER COM VOCÊ. NÃO TOME AS ATITUDES DOS OUTROS COMO PESSOAIS.
 
AMOR
É o mais poderoso remédio que acelera o processo de cura das feridas. É o amor sem o se, sem justificativa, sem explicação, é o amor incondicional. É o amor que começa a partir do amor por nós mesmos. É através do amor-próprio que a verdadeira felicidade se manifesta. Então, ame a si mesma, pois só o amor que jorra de dentro de você pode levá-la à felicidade. E conseqüentemente, ame aos outros.
 
Assim, VERDADE + PERDÃO + AMOR A SI MESMO (A) = CURA.